quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

num dia qualquer em que esteja brutalmente nostálgico, escreverei o desfecho deste espaço.

domingo, 3 de janeiro de 2010

dia 22.

Dia 22: "Senhores passageiros, vamos aterrar dentro de minutos no aeroporto de Faro."

Ai que 'emoçoum' me deu :)

Depois de um atentado de bomba ao Aeroporto de John Lennon, em Liverpool, na hora de fazer o meu check-in que arrastou todos os passageiros dos voos da manhã para fora das suas instalações envolvidos em pânico e cheios de pensamentos terroristas... e disso, ter provocado um atraso de 1h no meu vôo, eu lá consegui entrar no Boeing!

Entrei no avião e aterrei. Como gato escaldado tem medo de água fria, fui-me sentar junto da saída de emergência... assim só por causa das coisas...
Esperámos mais 30 minutos, o comandante deu-nos a conhecer que era devido ao facto de termos perdido passageiros devido ao atentado... PUDERA!!!

O avião descolou... eu já estava por tudo e pensava: "Opah se caíres, cai ao menos em terra de Camões!"

A viagem durou 3h e o meu sono quase que restabeleceu dentro do Boeing. A viagem foi calmíssima, sem turbulências, ao contrário da viagem para Liverpool. Acordei e olhei o céu através da janela do avião...estava completamente azul... limpo e sem núvens! Estava em Portugal ... :)

Posso-vos dizer que tocar solo Português depois de tanto ter passado para cá chegar foi das melhores sensações que alguma vez experimentei... impossível descrever o que senti e a emoção que senti naquele momento em que desci do avião, já na pista. Fui buscar as minhas malas... 3 pesadas malas...ao tempo que já não as via! -.-

Chegar ao aeroporto e ouvir o belo do Português, ler as placas em Português, ver o Português sempre em primeiro lugar, observar as pessoas, experimentar da sua simpatia e hospitalidade, sorrir, falar outra vez a minha língua, pedir informações e toda a gente se prontificar para me ajudar, sair do aeroporto e ver o céu limpo, as temperaturas a rondar os 20 graus (mas desta vez, positivos!), as palmeiras típicas de Faro e do seu clima tropical, sentir o vento quente... Estar em Portugal!

Fui para a paragem do autocarro, ao contrário do que os meus pais me tinham dito para fazer - procurar um táxi! Não quis, sentia-me bem e nas condições perfeitas de carregar as malas outra vez. Estava decidido a viver aventura em tudo. Como tal, utilizei o autocarro das Linhas Eva de Transportes Públicos de Faro e dirigi-me até à estação férrea de Faro. A viagem durou cerca de 10 minutos. Para entrar com as malas foi um filme, mas tinha ajuda sempre de muita gente... mesmo estrangeiros ajudavam! As minhas malas depressa ficaram rodeadas por outras e para sair dali foi ainda mais espectacular. Apercebi-me que era a paragem certa para sair já um pouquito tarde, mas deu tempo. Mais uma vez, o pessoal ajudou! :) Ainda deu para rir acreditem...tudo a trabalhar em prol do Português cansado provindo de Praga!

Cheguei à estação, junto havia um cafézinho com aspecto de tasca. Porque não parar?! hum? Fui até à estação, comprei o meu bilhete, carreguei a bateria do telemóvel, efectuei as primeiras chamadas sem pagar roaming, enviei também as primeiras mensagens GRÁTIS a partir mesmo do meu telemóvel, falei, falei, falei, ri, ri , ri... e com isto tudo só ficava mais louco por chegar ao Porto! Depois de deixar toda a gente descansada com a confirmação da minha chegada a Portugal, fui me refrescar ao WC e comer depois. Lá fui eu à tasquinha: "Ora dois rissóis e uma sande de panado aqui pró menino!"

Comida deliciosa de novo...nem queria acreditar!

Tinha comboio daqui a 30 minutos, fui indo para o comboio para pousar as coisas todas com calma. Sentei-me, pus música a rolar, e comecei a deslumbrar as vistas... De Faro até Lisboa, podemos apreciar vistas únicas, lindas, de beleza natural esplendorosa! Era impossível adormecer. Venci o sono para poder contemplar aquilo tudo com saudade.

A meio da viagem, entrou uma senhora já com os seus 60 e veio-se sentar ao meu lado. Perguntou-me de onde eu vinha, disse-lhe que vinha de Praga e ela ficou a olhar para mim como um burro a olhar para um palácio... mas logo lhe expliquei que ficava ali 'pó Leste da Europa', na República Checa! Ela disse para eu descansar já que vinha de tão longe e bateu-me na coxa com carinho, dizendo que me acordava quando chegássemos a Pinhal Novo :)

Passei pelas brasas e estava na hora de levantar...estávamos a chegar à Gare do Oriente. Aqui passei da linha 2 para a 1 para mudar para o Comboio que me iria levar até Campanhã. Oh yeah !

Esperei uns 10 minutos e já estava lá o trem prontinho! Entrei na carruagem errada o que fez com que tivesse de andar com as malas todas para trás. Acabei por desistir. A minha mala maior não passava entre os bancos. Deixei-a então a meio de uma cabine e fui levando uma a uma para o meu sítio. Imaginem lá que eu entrei na carruagem 23 e a minha era a 21!!!

Quando me sentei... nem queria acreditar... Adormeci e só acordei para ir ao bar comprar um sumo e um pacote de batatas fritas! Três horitas de viagem... "Senhores passageiros, próxima paragem: Estação de Campanhã"

Ahahah Estava a chegar... A minha família toda à minha espera... os meus amigos... abraços sentidos, abraços fortes e muita lágrima. Eu estava tão cansado e desidratado que não consegui expelir nada mais que não fossem suspiros de cansaço alívio.

As coisas acontecem assim tão rápido que a nossa cabeça não tem tempo suficiente para reorganizar todos os items tão rápido.

Seguiu-se um fantástico jantar com todos ... que me deixou deliciado, satisfeito e completamente saciado. Comida que gosto, pessoas que amo! Que mais se poderia pedir? Tinha tudo ali... e no dia a seguir ainda mais iria ter... outras pessoas... outros lugares... tudo ...

Mais tarde, a chegada de novo a casa após tanto mês... o caminho, a rua, a porta da entrada, a porta de casa, o hall, a sala, o corredor e ... e... o QUARTO! o meu Quarto!!!!!!!!

Aí sim, deu vontade de chorar... é bom, é muito bom mesmo voltar!

dia 21.

Dia 21: Adeus Praga ...

O último dia começou bem. Acordei à hora planeada, vesti-me, dei o último adeus a todos os especiais e fui embora. O Mazlum, meu companheiro de quarto, acompanhou-me até ao aeroporto, para se despedir e me ajudar com as malas. Saímos de casa e nem estava assim tanto frio. Também não nevava, o que me colocou logo um sorriso de esperança nos lábios. Sabia que andavam a ser cancelados muitos voos para Londres, Paris e Frankfurt devido às más condições climatéricas. Tudo me fazia prever que tudo iria correr normalmente… estava sol, não nevava e o céu estava limpinho. Pois bem, chego eu ao aeroporto ainda com 45 minutos de antecedência para a abertura do check-in e vejo no ecrã: London(Stansted)-Cancelled. Quando vi, nem entrei em pânico nem nada do género, chamei o Mazlum porque ele já ia adiantado e comecei-me a rir. Normalmente rio-me com este tipo de situações que me mexem com os nervos. Fui até ao balcão da Easyjet, a companhia onde tinha reservado a minha viagem e perguntei o que se estava a passar com o meu voo. Se estavam a ir para Gatwick, 40 minutos antes, sem problemas nenhuns… A mulher, estúpida, tal como a maioria dos checos disse-me que era devido à própria localização geográfica das duas cidades. Bem, Stansted fica a poucos quilómetros de Gatwick, mas acho que ela não sabia. Eu ri-me mais uma vez, desta vez, na cara dela. Depois disso, disse-me que havia outro voo às 17h05 no mesmo dia para Stansted, e se queria que ela me mudasse a viagem. Eu já estava na dúvida muito sinceramente.

Ela mudou e eu fiquei a secar no aeroporto oito horas! Eu e o Mazlum, que se comportou como um verdadeiro “roommate”! Incansável mesmo, sempre comigo até ao fim!
Começámos por pesar as malas: a primeira – 13kg; a segunda – 14 e por último, a terceira – 23kg (!!!) Alguma coisa tinha de sair dali imediatamente… Foram t-shirts, um par de calças, camisolas, um par de sapatilhas…tudo o que sabia que não me ia fazer falta em Portugal tão cedo! Acordei com o Mazlum depois ele enviar-me as coisas por correio.
Enquanto não tinha voo, andei a ver o que podia fazer para remediar a minha situação. Contactei os meus pais, a minha irmã, os amigos, toda a gente. Pensei em comprar mais viagens, em ficar em Praga, em ir apanhar outro avião em outro aeroporto na Inglaterra,… eu pensei em tudo. Acabei por me decidir por ver o que iria acontecer em Londres.

Entretanto fomos almoçar ao Mac Donalds do aeroporto. Tinha um cupão de 260kc (mais ou menos 12€) para gastar fornecido pela companhia aérea. Foi comida para toda a gente, gelados e tudo! Ficámos no coxilo até à hora do check-in e depois fomos para os balcões. Pesámos as malas, estava tudo direitinho, recebi os cartões de embarque e fomos lá para fora apanhar ar. Começámos a nos lembrar de coisas idiotas e rir-mos sozinhos como malucos! Eu só dizia que lhe ia mandar uma foto minha no dia de Natal a comer um cheeseburguer no meu prato de erasmus que trouxe comigo, e ele só sabia se lembrar do nosso vídeo estúpido a desfilar na rua e a dançar nas paragens de autocarro á noite! Pois bem, o tempo foi passando, já não sei se feliz ou infelizmente, a sério. Eu já estava farto de ali estar, mas por dentro, sabia que apesar de tudo, eu ia sentir tanta falta daquilo… até dele eu ia sentir falta!! Foi pena nos termos começado a dar excelentemente bem apenas a um mês do fim, mas foram precisas coisas acontecerem para isso acontecer também, e olhem, mais vale tarde que nunca! Ele não é nada do tipo sentimentalista, muito menos lamechas, e ouvi-lo dizer perto das portas de embarque que nunca mais me ia esquecer… foi um tanto ou pouco… forte! Também não lhe disse “adeus”, disse-lhe um “até já” também, sei que vou voltar a encontrá-lo, nem que seja em Portugal!

Mostrei o meu Cartão de Identidade e fui em frente… este momento é sempre lindo...!
Arghh!
Comecei a ver as lojas… principalmente os perfumes… mas não vi nada de jeito! Quando fui para a minha porta de embarque já estava uma fila astronómica, e eu até entrei bem antes da hora de embarque…

Esperei cerca de meia hora e passei outra vez pelo segurança. Retirar o portátil da mala, retirar o cinto, a pulseira, a corrente, o casaco… enfim, já estou tão acostumado! Mas tudo correu bem e não houve stress. Pelo menos, por agora…

Entrámos no avião com destino a Stansted. Adormeci nas primeiras duas horas. Acordei e vi que algo estava mal. Se o voo é de 1h, porque é que já vai na segunda hora?! Ui… de repente ouve-se o piloto:

“Senhores passageiros, é impossível aterrar em Stansted. O aeroporto está fechado. Teremos de mudar a rota e ir para Liverpool.”

Toda a gente a dizer: “heyyy…” ; “ heyshhhh” ; “merdaaaa” ; (…) Entre outros!

Eu acho que me ri aqui também! Se a hipótese de apanhar o outro avião antes, era remota, a partir daquele momento ficou completamente submersa!

Mais 1h de avião e chegámos a Liverpool, a viagem correu tão mal, tão mal. Só sustos, só abanões, só luzes a piscar… enfim, quando toquei em solo firme nem queria acreditar!

O aeroporto de Liverpool é super pequeno, super desorganizado, super feio. Estava uma multidão enorme à frente do Balcão da EasyJet e outra grande multidão á frente do da Ryanair. E eu a precisar de ir aos dois… Acabei por ir primeiro ao da EasyJet…

Ouvi o que eles tinham a dizer, a princípio disseram que não iria haver autocarros para nos levar a Stansted tão cedo e depois sugeriram irmos de táxi e pagarmos 200€ que passado um mês, eles devolviam. (Tá, beijo!)

Avisei os meus pais e recebi imensas chamadas. Uma delas, que trouxe um milagre! HAVIA UM VOO PARA PORTUGAL NO DIA A SEGUIR ÀS 6H DA MANHÃ!! E por um preço tão razoável, que não era nada comparado com o do bilhete que estávamos a pensar em comprar para dia 23. Sim, porque sempre pensei que tinha perdido o voo, só depois mais tarde soube que ele tinha sido cancelado. As coisas estavam mesmo muito feias para Stansted. Ninguém sabia dizer quando aquele voo ia ser feito para o Porto. Não havia esperanças nenhumas, já víamos voos para qualquer zona do país. Foi aí que me arranjaram o voo para Faro logo no dia a seguir às 6h da manhã! Estava tanta gente na Ryanair, que a primeira coisa que podia se pensar era:”Tenho de marcar já antes que esta gente me tire a vaga!” Pedi à minha irmã para me comprar o bilhete o mais urgente possível. Entretanto fui para a Ryanair, para a fila, tentar saber se poderia imprimir ali depois o meu cartão de embarque para amanhã. Estava tanta mas tanta gente e as miúdas da Ryanair eram tão mas tão atenciosas com toda a gente... Atendiam todos com tanto carinho e com tanta paciência… e eram tão ladinas…elas conseguiam resolver tudo!

Com isso foi passando tempo e já tinha a minha irmã comprado o bilhete quando elas me dizem que se quisesse podia mudar o meu voo e em vez de fazer por Stansted, podia fazer por Liverpool, logo no dia a seguir. Genial, e nem precisei de pagar nada! Foi só mudar os destinos. Nunca pensei que desse, pois no mesmo dia de manhã, em Praga, tinham-me dito que isso era impossível, se já tinha feito o check-in! Mas enfim, PRAGA e os BURROS de sempre! Nunca vi tanta gente lerda por metro quadrado! À custa deles, fiquei com duas viagens para Portugal…

Entretanto, falei com a menina dos balcões da Ryanair aqui em Liverpool e mais uma vez, foi prestável, dizendo que podia fazer um requerimento a explicar a situação, do que se sucedeu, e enviar para um endereço ou então falar mesmo melhor no balcão da Ryanair no meu país, no Porto. Pois pode ser possível um reembolso de dinheiro ou coisa do género. Ainda bem que não passou dos 200€ a viagem como andavam todas, senão ia ser muito bonito!

De qualquer das maneiras, estou agora eu aqui, no aeroporto de Liverpool, completamente incontactável. Sem internet, sem bateria no telemóvel, sem nada! À espera das 4h da manhã para ir para o check-in! O meu avião é às 6h da manhã, chego a Faro às 9h e depois vou para a estação apanhar o alfa pendular até ao Porto! Eu só me meto em aventuras! Que Erasmus foi o meu a sério… tanta, mas tanta emoção! Eu nunca me vou esquecer destes meses, a sério que não vou! Irei ter histórias para contar até ao meu último cabelo branco… !




domingo, 27 de dezembro de 2009

dia 20.

Dia 20: O último dia em Praga!

O último dia... foi esquesito! Levantei-me cedo e fui às compras. Cheguei ao CCM e vi que me tinha esquecido de passar dinheiro de uma conta para a outra. Voltei para o Hotel. Passei dinheiro e tomei o pequeno-alomoço, uma vez que até então, estava em jejum. Fui para o centro. Comprei o que tinha a comprar e estava um grizo que até me estava a sentir mal. Doiam-me os dedos, não sentia os pés e parecia que o meu nariz ia cair. Estavam outra vez -22º !

Mesmo com estas condições havia um sítio que eu não podia deixar de ir antes de deixar Praga. O sítio, que desde o início eu nomeei como "meu lugar", o meu lugar de Erasmus: Vysherad. Mesmo com dezenas de temperaturas negativas eu fui até lá. Era simplesmente impossível deixar de ir. Fiz o mesmo caminho que já havia percorrido mil e quinhentas vezes, tirei as mesmas fotos e às mesmas coisas e no fundo, bem no fundo, senti uma emoção. Sentia que realmente ia deixar aquilo, aquele lugar, aquela cidade. E ainda nem sei se para Sempre ou não. Apenas sabia que ia deixar.






Vim embora quando já não aguentava mais. No quarto, quando cheguei. Pousei as compras e fui preparar a mala. Abrir as malas que tinha guardado há 4 meses atrás... O Mazlum disse logo que nunca mais ia deixar ninguém pôr as malas no sítio das minhas. Uhhhh !

Fiz a mala...foi um filme tão grande... Quando a primeira ficou feita, foi a vez da segunda! Mais uma complicação. Uma era demasiado grande e levava sempre mais peso do que a outra. A outra, já não tão grande, nunca conseguia atingir o peso máximo limite e ficava sempre bastante aquém dele. Uma com tanto e outra com tão pouco. Foi um filme, mesmo. Mas lá arranjei uma solução.

Entretanto foi hora de jantar. O meu roommate queria preparar-me o meu último jantar em Praga. Pois bem, assim foi. Mais um prato delicioso... e picante! Veio o pessoal todo para o meu quarto jantar. Colocámos a mesa no centro do quarto, muito requinte espalhado e ... Voilá! :)

Entretanto e após o jantar, mais dois se juntaram, para me dizer adeus ao mesmo tempo que bebiam connosco o cházinho! Foi uma despedida breve. Eu odeio lamechices. Muito menos quando são coisas assim deste tipo. E eu, muito sinceramente, já só pensava em Portugal...

Terminei a minha mala, fui tomar banho e deitei-me... tinha de acordar no dia a seguir às 6h da manhã.

dia 19.

Dia 19: dia da segunda despedida.

Sim, hoje são 28 de Dezembro e eu já não vou palavrar em Praga. Palavrarei em Portugal, no Porto, pois é onde me encontro e por onde vou permanecer até... até quando eu quiser!

Vou falar então de dia 19. Este dia foi marcado por compras. Andei tantooo... tantoooo... eu e a Priscila. Lembro-me também que era o seu último dia e que fomos almoçar ainda a um restaurante turco com a Selma e a Arzu. Era o úlltimo dia da Pris antes de ela se ir de Natal para casa. (Portugal!!!)







Estivémos na rua até às 18h... Eu estava completamente estourado e quando cheguei a casa sentia-me a ficar doente. Pudera...com 22 graus negativos lá fora... Tive de chegar a casa e tomar logo um banho rápido com água a escaldar!

As turquinhas fizeram-nos o jantar... era hoje que a Pris se ia embora e ela ainda mal tinha começado a fazer a mala!Tivémos de berrar com ela para ela se pôr a mexer!

A miuda fez a mala e eu mais uma vez nã queria ver... Fui para o meu quarto então, à espera.
Ela veio até ao meu quarto e eu desci com o pessoal para dar o último abraço em Praga á minha companheira portuguesa. Fui de havaianas para a neve...

... a Pris foi e deixou-me sozinho no meio dos outros países todos... e deixou muita saudade em todaa gente...

sábado, 19 de dezembro de 2009

dia 18.

Dia 18: dia da primeira despedida.

Acordei mais tarde do que o que queria. Ninguém conseguiu se levantar às horas combinadas. Hoje o dia ia ser aborrecido, bastante mesmo. Às 5h teria de ir com a Dimitra e a Marialena até ao aeroporto, para me despedir e também para lhes dar uma mãozinha (ou duas) com as malas.

Enquanto não chegavam as 5h, procurei almoçar, e navegar pela internet. A verdade é que fazia de tudo para não me aperceber que elas estavam a fazer as malas. ODEIO DESPEDIDAS!

Saímos do hotel deviam ser umas cinco e meia. 6 malas ao todo! Éramos 3!

Perderam-se rodas, partiram-se pegas, escapou-se de atropelamento, etc. Foi uma odisseia chegar até ao aeroporto.

Quando chegamos, elas fizeram o check-in e fomos nos sentar. Era como se quiséssemos aproveitar cada segundo juntos. A hora de embarque era às 19h25 e eram 19h40 e elas comigo. Foram abraços, juras, promessas e "até já's". Quando pensava finalmente que já se estavam a ir embora e quando estavam quase a atravessar as portas de segurança, resolvem atirar com as malas para o chão e voltar para trás a correr. Mais um abraço, bem apertado! E mais um 'até já'...

...Voltei para casa, triste, mesmo... mesmo triste! As pessoas habituam-se tanto ao carinho umas das outras, fica mesmo difícil dizer o que quer que seja, nem que seja um 'até já' como o nosso...

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

dia 17.

Dia 17: Mil e um afazeres!

Acordámos cedíssimo, cerca de 7h de manhã. Eu e a Priscila tínhamos que ir até às nossas respectivas faculdades, à lavandaria, fazer os nossos check-in's, imprimi-los, fazer compras, (...)

... um montão de coisas!

A primeira coisa a ser feita foi ir até à minha faculdade, pois é a que fica mais próxima do centro. Eu tinha de ir ao gabinete do professor mais inconsequente do mundo para saber a nota do meu exame e precisava de entregar o meu learning agreement.
Pois bem, deveriam ser umas 10h quando dei o primeiro 'knock-knock' na porta do gabinete do Mr. Rakoznik! Vocês não conseguem imaginar o quão detestável é aquele Ser. Ouvi a voz dele, e pareceu-me ter dito para entrar. Empurrei a porta de soslaio e espreitei... lá estava ele a fumar como um boi e a falar ao telemóvel! O tecto do gabinete está cheio de cancro e as paredes já foram brancas. Em cima, uma enorme nuvem de fumo. Resumindo, mal entrei, deu-me vontade de vomitar! Que nojo de pessoa a sério...

Esperei que o senhor terminasse a conversa, lá fora, obviamente, sou de boas famílias. Passado uns 5 minutos...chamou-me. Entrei e disse-lhe então o propósito da minha visita. Ele pareceu-me logo abananado... porquê?! Porque o estúpido e irresponsável, supostamente, tinha de dar as notas naquele dia..mas...ainda não tinha visto nem um exame! O que é que ele fez?! Começou a corrigir o exame à minha frente... Com grande lata, ainda me fez algumas questões sobre a matéria enquanto ia lendo as minhas respostas.

Um professor que se recusou a dar-nos aulas desde o início, pois no seu entender, é um disciplina aborrecida de se ter, e então, achou por bem, nos dar 6 anexos para estudarmos por nós próprios, acerca da Europa de Leste, teorias de proporcionalização, etc. Este mesmo professor, começou a sorrir enquanto lia o meu exame... e fazendo cada vez mais questões, acerca disto ou daquilo...
Ora bem meus senhores, eu sou muito calmo, muito da paz e não gosto mesmo de confusões nem de tão pouco ofender ninguém. Mas, se se tentam colocar acima de mim... a coisa, por norma, não corre bem. Mesmo nada bem. E pronto. Eu aguentei uma. Aguentei duas... a terceira... saiu:

"OLHE DESCULPE LÁ, MAS QUE MORAL TEM O PROFESSOR DE PERGUNTAR O QUE QUER QUE SEJA, EXIGIR O QUE QUER QUE SEJA, SE NEM SEQUER UMA AULA ACERCA DESTA MATÉRIA NOS DEU?"

Ele ficou muito embasbacado. Não devia estar à espera. Nem eu estava. E ele disse:

"Você sabe.... Administração Pública Europeia é uma cadeira muito aborrecida de se ter aulas..."

Eu ri-me (muito) e respondi:

"Professor, a sua cadeira de Erasmus Course, é igualmente aborrecida e nós vamos, não vamos?"

Ele não aguentou com esta, mesmo, então continuei:

"Olhe, como pode ver, eu não preciso da sua cadeira para nada. Aliás, Administração Pública Europeia nem sequer é da minha área. Escolhi esta cadeira para me manter mais ocupado e na tentativa de poder aprender um pouco mais acerca do tema, mas não me valeu nada, porque nem aulas tive. "

Ele respondeu:

"Mas representa algum problema para si, ter um C a esta cadeira?"

Eu só me queria rir...ele estava cada vez mais a voltar atrás e a reconhecer a merda de professor que é... então disse:

"Não Professor, eu não preciso de C, nem de B, nem de A nenhum. Está a ver isto? É o meu learning agreement... 9 cadeiras - 9 Excelentes! Tenho mais créditos feitos do que aqueles do que preciso. A questão não se prende com a nota mesmo..."

Até que ele disse:

"Pedro, eu vou corrigir o seu exame comparativamente com os outros alunos e já lhe digo alguma coisa..."

Eu juro que só me apeteceu bazar logo dali. Por uma questão de educação, esperei. Até fui tomar um chocolate quente nas máquinas. Passado 10 minutos, o gadelhudo chamou:

"Bem Pedro, realmente isto foi mal geral. E comparativamente com os outros, o seu exame até está bastante bom. Eu vou lhe dar B, ok?"

Na minha cabeça, só me passava isto: "Tu és tão acéfalo 'xabalo'..."

Ele prosseguiu dizendo:

"É que sabe, dar A's não é mesmo comigo, eu sou daqueles professores sabe, que dá notas sempre más aos alunos...sou muito exigente sabe?"

Eu fechei a conversa:

"Sim sei professor, eu estudo numa universidade pública em Portugal, em que é dificil entrar e sair. E professores exigentes, lá, é o que mais há. Exigência para mim, é prato do dia!"

Ele lá me escreveu o B (equivalente a Muito Bom), e disse:

"Bem, foi um prazer conhecê-lo...!" (O falso!!)

Eu só me apetecia dizer que eu não podia dizer o mesmo. Mas disse:

"Adeus, Obrigado!"

Fiquei maluco com tanta inconsequência... ! A Priscila só se ria!

Fui ao Gabinete de Relações Internacionais e entreguei o meu learning agreement. Tirei uma cópia e trouxe comigo para levar para Portugal, só para o caso de haver stress's!!

Antes ainda passamos na biblioteca da minha faculdade para imprimir os boarding passes todos, meus e da Pris.

Fomos para a lavandaria que a Pris conhecia - detestei! Mas o staff até era simpático, vá lá. Fomos almoçar ao Mac enquanto pusemos a roupa a lavar. Voltamos à lavandaria depois do almoço e pusémos a roupa secar durante1h. O tempo necessáro para irmos até à Metropolitan, a universidade da Pris. Ela,tal como eu, também precisava de ir ao gabinete de relações internacionais falar com o pessoal lá.

Assuntos tratados e voltámos à lavandaria. Tirar a roupinha da máquina, dobrar e colocar no saquinho para ir lavadinha para Portugal.

Voltámos finalmente para o hotel. Cansadíssimos... e não parava de nevar! Estou a dar em maluco com tanta branquisse!! Chegámos eram umas 6h da tarde quase, fui dormir. Directo!!!

Acordei eram 22h! Party time!!! Ficámos até às 2h e fomos depois para o centro, para irmos até alguma disco. Eu, as minhas greeks, a Pris e o meu roommate!

Pelo caminho, fizémos alguns "tvfashion shows" e outros tantos de dança!
Apanhamos finalmente o bus em direção ao tram para posteriormente, neste, seguirmos para o centro. Acabámos de pousar na discoteca ao lado do Lavka, com 5 pisos! Muitooo fixe!
Dançámos como se não houvesse amanhã e voltámos já quando havia metro. Com uma disposição de fazer tudo e mais alguma coisa!

Chegamos ao hotel e foi todo dormir! :)